(Resenha) A Batalha do Apocalipse - da Queda dos Anjos ao Crepúsculo do Mundo

Um anjo renegado e um querubim duelando até a morte sobre a ponte Rio – Niterói. Ou, talvez, uma feiticeira imortal e um anjo caído conversando à sombra do Cristo Redentor. Literatura fantástica e brasileira. Que tal?

Livro A Batalha do ApocalipseYahweh, o Deus supremo do Universo, criou o mundo e, no final do sexto dia adormeceu. Durante o sétimo dia, enquanto descansava, deixou o comando do mundo e a guarda do Livro da Vida, nas mãos dos arcanjos que são a mais alta hierarquia dos anjos.

No entanto Miguel, líder dos arcanjos, tem inveja dos humanos porque Yahweh lhes deu o livre arbítrio, uma graça que não concedeu nem aos anjos e que permite aos seres humanos ter o poder de decisão sobre suas vidas tal qual Yahweh tem sobre a vida dos anjos.

Assim, Miguel resolveu que a raça humana precisava ser destruída, antes que o sétimo dia terminasse.

Hecatombe após hecatombe, Miguel tentou por diversas vezes destruir os humanos mas sempre era derrotado pelas circunstâncias ou por causa da ajuda de anjos que simpatizavam com a causa humana até o dia que houve uma rebelião no céu. Miguel saiu vitorioso e vários anjos foram banidos para a terra pra viver entre os humanos.

A partir desse ponto, Eduardo Spohr leva o leitor a uma viagem fantástica inserindo seus personagens em momentos da história, numa mistura de ficção e realidade muito cativante.

O que o livro tem de muito bom:

  • A gente aqui do LeVo achou uma delícia ler ficção fantástica em cenários brasileiros. A visualização das cenas ficou perfeita é como se estivesse acontecendo ali do lado, como se fosse realmente possível que dois anjos estivessem duelando até a morte sobre uma ponte.
  • As cenas de ação são simplesmente – não consigo pensar em uma palavra melhor – épicas.
  • A atenção que o autor deu aos detalhes chegando ao extremo de organizar uma Linha do Tempo no final do volume para contextualizar o leitor.
  • Em alguns trechos parece que o leitor está no meio de um jogo de RPG muito louco.

O que não é tão bom:

  • A verborragia. Muita informação. Como se o autor quisesse atirar todo o conhecimento acumulado em um único livro. O passeio histórico foi divertido mas, em alguns momentos, atrasou a história e, ao invés de aumentar o suspense, acabou tornando a leitura maçante.
  • A grandiloquência. O palavreado pomposo e extravagante, em alguns trechos, deu a impressão de estarmos lendo uma sentença judicial.

Dica LeVo: o livro conta com um Glossário ao final da história. Use-o tão logo comece a leitura.

Altamente recomendado pra quem curte literatura fantástica, história, RPG e toda essa coisa NERD que tá suuuuper na moda.

Contra indicado para quem prefere histórias com ritmo rápido ou que sejam sensíveis ao que alguns poderiam chamar de heresia. Smiley piscando

Eduardo Spohr escrevendo literatura brasileira e FANTÁSTICA!

 

Ah, mais um aviso: A Batalha do Apocalipse é uma obra de ficção e, por melhor estruturada e bem escrita que seja, tenham em mente: é tudo mentirinha, gente!

 

Ficha Técnica:
Título:
A Batalha do Apocalipse
Autor: Eduardo Spohr
Editora: Verus
Ano: 2010

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